Dentro de um contexto de simplificação, a tecnologia protagoniza oportunidades atrativas para empresas de Comex que desejam expandir seus níveis de produtividade
Por Tatiana Anser, Executiva de Vendas na eCOMEX NSI.
No Brasil, é possível alocar ao Comércio Exterior um estado de transformação contínua. Como um dos setores econômicos emergentes em nosso país, por muito tempo, o comex brasileiro foi marcado por entraves históricos, ilustrados por um excesso de burocracia que apenas dificultava a vida de importadoras e exportadoras. De alguns anos para cá, felizmente, o cenário tem dado sinais significativos de que está mudando – para a melhor, com a implementação de ferramentas promissoras, seja para a comunicação entre público e privado, bem como para a otimização de processos críticos para a produtividade de organizações da área. Sem dúvidas, hoje, a palavra de ordem para o setor é modernização.
Recentemente, tivemos uma novidade bastante importante e que vai ao encontro dessa linha de raciocínio. O governo federal anunciou a criação do Licença Flex, decreto que visa facilitar a obtenção de licenças de importação e exportação, reduzindo gastos com a emissão de documentos e concedendo mais dinamismo à autorização de operações voltadas para a cadeia de comex, sejam referentes a prazos, valores e quantidades. A mudança tem o propósito de trazer flexibilidade e rapidez para o fluxo de informações tramitadas. Outro ponto que merece enfoque é a centralização do preenchimento de formulários e a entrega de documentações no Portal Único de Comércio Exterior, reduzindo o tempo que seria gasto com outros órgãos ou agentes dedicados.
A medida é de extrema relevância e tem sua origem garantida pelo Novo Processo de Importação (NPI), projeto pioneiro na modernização e na reorganização do Comércio Exterior. Esse é mais um reflexo de como as coisas estão melhorando para players do comex, e sob a perspectiva de gestores inseridos nesse contexto, é igualmente recomendável olhar para dentro e diagnosticar focos de aprimoramento. Afinal, como aproveitar esse que é um momento amplamente inovador para o comex? A resposta, sem dúvidas, passa pela adoção de novas tecnologias.
Uma gestão de Comex orientada à tecnologia
Temos observado iniciativas positivas no âmbito público, que têm proporcionado ajustes inegavelmente bem-vindos, como é o caso do NPI e a própria Licença Flex. A expectativa é de que essa evolução continue acelerada, o que não isenta empresas da área de também se movimentar. Claro, com um olhar atento para ferramentas compatíveis com a realidade de suas operações.
Ao fazermos um exercício de reflexão, é possível entender como a tecnologia tem uma função essencial para a simplificação do Comex dentro das organizações. Em sistemas manuais, que exigem a intervenção humana com frequência e delegam a profissionais a missão de lidar com grandes volumes de informações, não importam as medidas adotadas por órgãos de comunicação: o risco para ruídos e erros operacionais ainda vai persistir. Em outras palavras, se a gestão referida apoia sua produtividade em soluções pouco funcionais, morosas e que ainda flertam com a falta de conformidade nos processos, é pouco provável que todos esses benefícios oferecidos por projetos como NPI sejam aproveitados.
A demanda, portanto, é por uma cadeia operacional mais efetiva, segura e que funcione com a celeridade desejada. Ferramentas robustas, a exemplo da Inteligência Artificial (IA), desenvolvidas para suprir necessidades exclusivas a importadoras e exportadoras, são recomendadas para automatizar tarefas repetitivas e alavancar a produtividade de todos os procedimentos, de ponta a ponta. E claro, isso inclui o armazenamento e o movimento de dados.
Em suma, enquanto o Comércio Exterior se moderniza a nível federal, com ações que devem ser valorizadas e incorporadas por gestores que miram a competitividade, ressalto ser fundamental discutirmos a introdução da tecnologia como um tema de alto impacto para a boa recepção a novidades simplificadoras. Com essa conciliação de estratégias, todas as empresas têm a ganhar, a fim de se destacar em um cenário de comex que só tende a estimular a inovação como um vetor para oportunidades transformadoras.
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