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Comércio exterior brasileiro: uma análise de 2022 e perspectivas para o novo ciclo econômico

Por mais um ano, o comércio exterior brasileiro demonstrou sua força. Mesmo com uma série de desafios advindos do contexto internacional, o país fechou 2022 com superávit e indicadores positivos que dão ânimo para o novo ciclo do mercado que se inicia – ainda que fatores de instabilidade e o próprio período de mudanças político-econômicas tragam consigo pontos de atenção para as empresas importadoras e exportadoras do território nacional.

Analisando, primeiramente, o âmbito dos obstáculos presentes no ano passado, o Brasil enfrentou com resiliência questões como a alta recorde dos combustíveis em escala global; os efeitos do cenário bélico russo-ucraniano; além da chamada crise de contêineres e logística relacionada ao processo de retomada econômica após o período mais crítico da pandemia de COVID-19.

Sobre o último ponto, uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) destacou que 60% das empresas consultadas no levantamento afirmaram ter enfrentado problemas relacionados à logística internacional, enquanto nada menos que 90% das organizações se queixaram do aumento do frete.

Mas 2022 trouxe também oportunidades: a própria busca pelo reaquecimento da economia impulsionou indicadores no terreno das exportações e importações, ao passo que setores como o agronegócio, em virtude de um novo boom das commodities, tiveram importante destaque – só o agro movimentou mais de US$ 159 bilhões em vendas para o exterior, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, número 22,1% maior que o de 2021 e que representou 47,6% de todas as exportações brasileiras.

Feita essa introdução, em nosso novo artigo, você poderá conferir um apanhado dos principais dados do comércio exterior brasileiro em 2022 e o que sua empresa pode esperar para desenhar estratégias e crescer em 2023. Boa leitura!

Os indicadores do comércio exterior brasileiro em 2022

Um ano recorde. Essa seria uma excelente chamada para resumir os indicadores de 2022 do comércio exterior. Isso porque o Brasil fechou o ano com uma corrente de comércio (transações que incluem tanto as exportações, quanto as importações) de US$ 607 bilhões.

O dado é o maior desde o início da série histórica da Secretaria do Comércio Exterior e, ao todo, o Brasil teve crescimento de 19,3% (US$ 335 bilhões) nas exportações e de 24,1% (US$ 272,7 bilhões) nas importações. No montante, o país também teve um leve aumento do superávit primário, que passou de US$ 61,4 bilhões em 2021 para US$ 61,8 bilhões em 2022.

Dentro desse cenário, é válido citar os principais destinos das exportações e os países de quem mais o Brasil importou – rotas que também denotam possíveis oportunidades para 2023. Nesse sentido, no terceiro trimestre de 2022, respectivamente, os principais destinos comerciais do Brasil foram, respectivamente:

  • China (US$ 22,7 bilhões);
  • União Europeia (US$ 13,7 bilhões);
  • Estados Unidos (US$ 10,3 bilhões);
  • Argentina (US$ 4,4 bilhões).

Vale aqui o destaque para a União Europeia, que apresentou o maior crescimento percentual nas correntes de exportação do Brasil (39,6%, totalizando US$ 51 bilhões). Já no âmbito das importações, os parceiros são os mesmos, mas a ordem se inverte entre União Europeia e Estados Unidos:

  • China (US$ 17,5 bilhões);
  • Estados Unidos (US$ 14,3 bilhões);
  • União Europeia (US$ 12,1 bilhões);
  • Argentina (US$ 3,5 bilhões).

Tendências do Comex: o que esperar para 2023?

Analisando as primeiras perspectivas para 2023, o cenário é de cautela, mas também de potenciais oportunidades. Em uma primeira leitura, a redução de expectativa para o crescimento do PIB Global – 1,7%, ante 2,5% de expansão em 2022 – deve também trazer impactos para os indicadores do comércio exterior, tanto nas exportações, quanto nas importações.

Por outro lado, há a expectativa de manutenção do superávit primário e uma balança comercial que deve superar US$ 71,9 bilhões – alta de 14,3% em relação ao ano passado – segundo projeção da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

Há ainda alguns movimentos positivos segmentados relacionados, por exemplo, a indústria de minério de ferro e a conquista de novos mercados a partir da abertura de tratados econômicos em 2023. O ambiente de negócios nacional acompanha ainda os rumos da economia chinesa que, como vimos, segue como o principal parceiro comercial do país – tendência já de alguns anos.

Conclusão

Dentro de um cenário de possível instabilidade econômica em escala global, esse é mais um momento para o país provar a resiliência de suas correntes de comércio exterior. Do lado das empresas, além de ficar de olho nos indicadores e nas tendências de mercado, é fundamental buscar diferenciais competitivos e desenhar estratégias de crescimento baseadas em eficiência e redução de custos por meio da inovação.

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Fundada em 1986, a NSI, agora eCOMEX NSI, pioneira em desenvolvimento de aplicações para gestão de processos de comércio exterior. Primeira empresa no Brasil a integrar seus aplicativos aos principais sistemas ERPs do mercado e a disponibilizar uma aplicação 100% WEB para gestão do comércio exterior.

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