Estudo da McKinsey & Company revela que houve um aumento de 985% na oferta de empregos ligados à IA autônoma de 2023 a 2024. No Brasil, desafio é formar profissionais qualificados para atuar na área.
Com o rápido avanço tecnológico, ter um colega de trabalho robô não é mais uma distopia de ficção científica. A partir da inteligência artificial generativa, que utiliza aprendizado de máquina para gerar novos conteúdos a partir de prompts, chegamos à era dos agentes de IA, sistemas inteligentes capazes de realizar tarefas de forma autônoma. Sem férias, fins de semana e com alta capacidade de aprendizado, esses agentes já estão atuando nas empresas — transformando a forma como elas selecionam talentos e como nós trabalhamos.
O relatório Technology Trends Outlook 2025 (Tendências Tecnológicas 2025), divulgado pela consultoria McKinsey & Company , revela que houve um aumento de 985% na oferta de empregos ligados à IA agêntica de 2023 a 2024. O investimento na tecnologia justifica a abertura de vagas. De acordo com o estudo, empresas que atuam com agentes de IA captaram US$ 1,1 bilhão (R$ 5,9 bilhão) por meio de mercados privados e públicos no mundo no ano passado.
No Brasil, a adoção da tecnologia acontece em um ritmo mais lento. O principal desafio é preparar os profissionais para trabalhar com os agentes de IA como verdadeiros gestores da ferramenta. Segundo Rafael Siqueira, sócio da McKinsey no Brasil, como esses robôs geralmente executam tarefas operacionais ou de nível júnior em escritórios, a maior presença deles nas empresas deve estimular a maior qualificação dos profissionais em início de carreira.
“Os agentes de IA vão seniorizar as pessoas que saem da faculdade. Para algumas posições, será necessário ter conhecimento mais elevado, saber articular e ter análise crítica para saber se o que o robô está dizendo está certo ou errado”, afirma Siqueira.
Agentes no marketing
Na eComex os agentes de IA não só são oferecidos para os clientes do setor de comércio exterior, como também são adotados internamente para ganho de eficiência e produtividade. Com 200 funcionários, a empresa está testando um software para três processos importantes da área de marketing: inbound (atrair clientes por meio de conteúdo relevante), anúncios e ads (propaganda digital).
Com a tecnologia, a startup consegue escalar mais projetos a um custo menor (não revelado pela empresa), afirma Helenice Lima, CMO (diretora de marketing) da empresa. Embora a tecnologia ainda esteja em fase de testes, a executiva afirma que ela tem potencial para reduzir a demanda da agência de marketing, que hoje conta com seis profissionais dedicados ao trabalho da empresa, para apenas um.
“Para trabalhar com agentes, vamos precisar de pessoas mais críticas. Por mais que a IA seja autônoma, a pessoa precisa ser crítica a ponto de saber o que está certo e errado porque o resultado final sempre demanda o ajuste humano”, diz a CMO.
Habilidades socioemocionais
Líder de Helenice, André Barros, CEO da eComex, lembra que além de conhecimento técnico, os profissionais que buscam para sua empresa e que indicam para os clientes precisam se destacar pelas habilidades socioemocionais, conhecidas como soft skills. Segundo ranking do Fórum Econômico Mundial, a habilidade mais requisitada pelo mercado é pensamento crítico, seguida por aprendizado contínuo.
Gabriel Bernal, CXO (diretor de experiência) da CloudWalk, afirma ser fundamental trabalhar com as máquinas não apenas como ferramentas, mas como parceiras. Com mais de 50 agentes de IA trabalhando com 650 funcionários globalmente em diferentes áreas, a empresa diz criar a grande parte de seus softwares a partir da sugestão da própria equipe.
“O ideal é abraçar a tecnologia como aconteceu com a internet. Os agentes são ferramentas capazes de expandir suas capacidades de forma inédita. Isso exige resiliência, disposição para tentativa e erro, e curiosidade para estudar e entender como a tecnologia funciona”, diz Bernal.
Fonte: Época negócios
Fundada em 1986, a COMEX, pioneira em desenvolvimento de aplicações para gestão de processos de comércio exterior. Primeira empresa no Brasil a integrar seus aplicativos aos principais sistemas ERPs do mercado e a disponibilizar uma aplicação 100% WEB para gestão do comércio exterior.
